domingo, março 23, 2014

Esses dias estava no ônibus - mais especificamente no cruzamento da avenida Brasil e Amazílio Lino - e lembrei da imagem que a Angélica mostrava nas aulas de urbanismo. E resolvi fazer uma conta rápida. No ônibus que eu estava tinham entre 60 e 70 pessoas - bem tranquilo, não era horário de pico - e ao lado do ônibus tinham aproximadamente 15 carros distribuídos em duas faixas, a maioria com apenas 1 ocupante, ou seja, haviam 15 pessoas ocupando o mesmo lugar que um ônibus com 70 pessoas.

O que me impressiona é que não estou falando nenhuma novidade, muito pelo contrário, estou falando o óbvio, e me questiono porque os planejadores não observam tais detalhes antes de pensar soluções que resolvem exclusivamente o problema do carro. Quando ouvimos dos nossos professores, e posteriormente falamos para nossos alunos sobre a importância da percepção do espaço, é aí que queremos chegar. Imagens de satélite, mapas e dados estatísticos são importantes, sim.

 Porém, andar pela cidade, a pé ou de ônibus, é vivenciar o espaço, perceber os pormenores, os detalhes. Acredito que enquanto os planejadores públicos brasileiros não saírem um pouco de seu conforto, continuaremos na contramão do desenvolvimento urbano e realizando obras antieconômicas que acentuam cada vez mais a desigualdade no direito à cidade. Muitas pessoas me falam "ah mas você acha que as pessoas vão largar o seu carro para andar de ônibus? A primeira coisa que uma pessoa faz quando junta uma grana é comprar um carro, porque andar de ônibus é muito ruim." Sim, concordo, andar de ônibus tem muitas desvantagens, mas tais desvantagens existem justamente por priorizar o individual e não o coletivo. 

O custo da cidade é coletivo, os impostos são coletivos, mas o direito está cada dia mais individual. A ideia não é proibir os carros, o ponto principal quando se fala em mobilidade urbana, é dar opções justas para que a população de uma cidade faça suas escolhas. 

O planejamento urbano brasileiro é preguiçoso e acomodado pois não se propõe a lidar com a complexidade de forma efetiva, dedicando tempo e trabalho a buscar soluções amplas e que conectem ao mesmo tempo as diversas camadas da cidade. Lento e imediatista pois não consegue perceber que o tempo da cidade é muito mais acelerado que o tempo da política. Sair um pouco da sala confortável com ar condicionado e andar pela cidade é um excelente primeiro passo.

Fonte da imagem: http://www.djc.com/stories/images/20100902/TranspoHabits_groupings_big.jpg


sábado, março 22, 2014

Piada interna de arquiteto nº01

Decepção ao pegar a nova carteira do conselho e ver que sua assinatura ficou parecendo a de uma criança recém alfabetizada.

Piada interna de Anapolino 01

Livre interpretação conceitual de um monumento que marca a construção de um viaduto na cidade de Anápolis, Goiás.


Mas pensando bem poderia ser pior. O nome do... da... é... do monumento ou do viaduto, poderia ser Osama bin Laden (outra piada interna de anapolino) clique aqui para entender essa.

sexta-feira, novembro 01, 2013

Post aleatório nº01

Para quem tem animal de estimação e cansou daqueles rolinhos de tirar pelos das roupas que não cumprem a tarefa com eficiência.

domingo, agosto 26, 2012

Piracicaba 2012: Trabalho Selecionado

Primeiro quero parabenizar os excelentes trabalhos premiados no 39º Salão de Humor de Piracicaba que enriqueceram o humor gráfico nacional e internacional, não apenas pela beleza de seus traços, mas sobretudo, pelas idéias que nos desperta o pensamento crítico.

Fiquei muito feliz em ter meu trabalho selecionado nesta edição e mais feliz em saber que minha opinião e minha indignação será vista.
O que não me deixa feliz, é saber que a matéria prima para os cartuns é vasta e só tende a crescer. Quem me dera um dia, eu não tivesse idéias para desenhos sobre cidades injustas e opressoras.

Abaixo o meu trabalho selecionado para o 39º Salão de Humor de Piracicaba. Clique para ver maior.

quinta-feira, agosto 23, 2012

Deriva Fotográfica do Bem 2012


Em meados da década de 1980, minha madrinha mudou-se com a família de Anápolis para Goiânia. Desde então todas as minhas férias escolares passaram a ser na capital, muitas das minhas melhores memórias são em Goiânia.

Em Goiânia também estão memórias ruins, que nunca serão esquecidas. Pessoas amadas e que foram importantes na minha vida eu me despedi em Goiânia.

Minha Goiânia era o Setor Oeste, o Joquei Clube, o Shopping Flamboyant, a sorveteria Casa Verde em frente a Praça Tamandaré, as locadoras de VHS Opus e Homem de Melo, entre outros. Isso entre 1985 e 1994 era um mundo muito grande para um garoto do interior.


No último sábado, dia 18 de agosto, vivi uma nova e rica experiência na capital goiana, participar da Deriva Fotográfica do Bem.

Organizada pelo arquiteto, escritor, professor e amigo Bráulio Vinícius, a Deriva é, primeiramente uma forma de apoiarmos a Missão Pão e Vida, que ajuda seres humanos que são invisíveis à nossa confortável existência. Em segundo, foi uma oportunidade de registrarmos a cidade de Goiânia, esta bela musa, que sempre tive um grande carinho mas nunca conheci tão de perto.

Também foi uma oportunidade de usar a idéia do Desenhistas Urbanos. Mesmo sendo uma deriva fotográfica, resolvi ser o estranho no ninho e desenhar a cidade ao invés de fotografa-la, deu mais ou menos certo.

Um dia antes da deriva treinei quanto tempo levaria para fazer um desenho e qual técnica usaria, obviamente para minha decepção o desenho teria que ser apenas em linhas rápidas e básicas se eu quisesse acompanhar o grupo de fotógrafos.

O plano que tracei então foi o seguinte: Cortar papéis em diferentes formatos de forma aleatória com o tamanho máximo próximo de um A5, desenhar com lapiseira para não correr o risco de ter que parar para apontar e levar minha câmera compacta para registrar as cores, luzes e sombras para depois pintar os croquis com aquarela. Como critério decidi que não usaria as fotos para corrigir nada feito no grafite.


Alguns registros da experiência:












Até a próxima Deriva




segunda-feira, agosto 06, 2012

Piracicaba 2012

Pela segunda vez tive um trabalho selecionado para o Salão de Humor de Piracicaba, a primeira foi em 2010. Este ano aproveitei a correria que foi o semestre na universidade e enviei quatro ilustrações que usei em meu caderno de TFG, destas quatro, uma foi selecionada na categoria intolerância. O tema, como não podia ser diferente foi a cidade, fonte inesgotável de injustiças, que já que não podemos vencê-las  então as transformamos em humor.

Fiquei duplamente satisfeito, uma pelo fato de ser selecionado, que já é algo fantástico tendo em vista a quantidade de participantes e a qualidade cada vez mais absurda dos trabalhos e a outra é a contribuição crítica sobre como o planejamento atual das cidades brasileiras estão as tornando cada dia mais opressoras.

Não que isso irá mudar a forma dos políticos agirem e pensarem. Mas pelo menos o cartum é uma forma elegante e inteligente de os chamarmos de idiotas.

O trabalho escolhido postarei assim que o salão for encerrado.

Abaixo os três cartuns que não foram selecionados.



quinta-feira, junho 07, 2012

Desenhistas Urbanos

http://farm8.staticflickr.com/7243/7284639788_3b4e3bfc35_o.jpg

Urban Sketchers Films, é parte de um projeto criado pela organização sem fins lucrativos Urban Sketchers que promove a comunicação e conexão entre pessoas que usam o traço como forma de captar a vida urbana.
 
O Brasil faz parte desta conexão pelo blog brasil.urbansketchers.org
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim7LazAZvh6whWTPai6FLEQccUGQzJPAoDBGINqDAqAG0mzIV3wUNXK1rgatH0AKhEA-8c2qNQO5uHboXNVhrG3wY4HE-6IjVJZzd8SaMothJTihdoqIe8F25Bj2hQu7MTGnNU/s970/Header_UsKBR_04_Juliana.jpg

Taí uma boa idéia para o pessoal da Arquitetura e Urbanismo em Goiás começar a praticar, inclusive eu.

Entre os curtas produzidos, dois que eu gosto muito e indico:


Eduardo Salavisa. A drawer of the daily / Um desenhador do quotidiano from José Alfaro on Vimeo.



Red Hook - a film about Tommy Kane from DannyGregory on Vimeo.