sábado, abril 14, 2012

Avenida Brasil e a triste vida do pedestre

As cidades brasileiras a cada dia reafirmam que são lugares "Onde os fracos não têm vez", pedestres, cidadãos com mobilidade reduzida, ciclistas e todos os que assim como eu não possuem um carro. Esta observação já caiu no senso comum e é repetido exaustivamente tanto no meio acadêmico quanto fora dele, porém, este senso comum ainda é virtual, na prática o vencedor da disputa urbana é muito claro. 

A injustiça está no fato de que os pedestres NÃO lutam para tomar o espaço que é dos carros, legalmente temos o nosso espaço garantido, que seriam as calçadas. Seriam, se todo tipo de edificação existente não achasse que este já reduzido espaço fosse estacionamento, extensão de sua loja ou uma pista de corrida com obstáculos.
A desvantagem torna-se ainda maior quando percebemos que o pedestre está sozinho na batalha.

E a coisa se agrava quando somamos o fator Status. 
Infelizmente, ou felizmente eu não estava com a câmera na mão, quando atravessando a Avenida Brasil, NA FAIXA, um sujeito pilotando um Audi TT quis fazer uma graça comigo. Gentilmente e educadamente o aristocrata parou para que eu atravessasse, e confiando na gentileza fui, e eis que o bacana acelera e avança a faixa só para me dar um digamos, "sustinho", claro que foi engraçado, porque o motorista riu, mas só ele riu. Não tenho explicação para isso, não sei se passou pela cabeça do indivíduo a possibilidade de me atropelar.E se passou, o que é pior.O que ele faria se isso acontecesse?

Esta situação me faz lembrar o desenho do Pateta no trânsito. Fora das cápsulas de transporte as pessoas são na maioria gentis e solidárias, ao fundirem-se com a máquina, como Dr. Jekyll and Mr. Hyde, transformam-se em criaturas dispostas a tudo para garantir o seu direito ao espaço.


Entre vários registros que fiz para meu futuro projeto de TFG nos 12,5 Km da Avenida Brasil está a  vida dos pedestres, cada dia mais complicada na disputa por um espaço digno que é seu por direito.